A fazer-nos recordar a importância que ainda têm mesmo que já não seja como outrora porque tudo mudou.
No caso específico da nossa aldeia, quando se fala nos correios vem sempre à memória a Sra. D. Almerinda e o(s) carteiro(s) que calcorreava(m) tudo a pé para entregar as cartas que chegavam dos filhos emigrados cujas cartas com fotografias e às vezes uma notita disfarçada no meio de papel químico enchiam de alegra as casas e as famílias.
Havia outras missivas que traziam "Boas Novas" e alguns esperavam por elas ansiosamente como as "Cartas de Chamada" que podemos considerar o "passaporte" para um novo mundo e uma nova vida.
Também os aerogramas dos jovens rapazes que estavam na guerra nas províncias ultramarinas enquanto não chegavam as famílias viviam numa espera de profunda angústia e ansiedade inimagináveis para quem não viveu esse tempo.
Não têm conta as centenas de cartas aqui recebidas e enviadas que trouxeram e levaram alegria e tristeza aos pais, aos filhos, às namoradas e namorados, como nos contam alguns dos nossos utentes que não sabendo ler nem escrever, recorriam a amigos e vizinhos para os ajudar nessa tarefa.
Neste nosso tempo de tantos meios de comunicação, ainda assim, não deixa de ter significado receber uma carta - não das que trazem "más novas” - mas uma CARTA BONITA, até perfumada que nos devolva a mística de a abrir com cuidado, guarda-la debaixo do travesseiro e lê-la dias a fio até se decorarem todas as palavras nela escritas.
Pela falta que ainda fazem, mesmo com todas as lacunas na prestação do serviço, que o Poder Local continue atento pois impõe-se que "segure" os CTT enquanto toda a nossa "velha guarda" tiver vida.
Como os dias depressa passam e, não tarda, chegamos ao NATAL, continuemos a usar os CTT e, se quiser, pode enviar-nos uma carta ou um postal! 💌✉️📨
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