Em noite fresca de Agosto, fechando com chave de ouro o programa do convívio dos sócios da Associação, os sons quentes do fado, aqueceram o ambiente do salão multiusos, decorado a preceito para tão nobre ocasião.
Muitos sócios e utentes ali estiveram, no silêncio que o momento requeria, a deixar que a música e a poesia se impregnassem na alma e no coração, numa troca de emoções gerada pela interacção dos artistas com o público, fazendo-o “viver” a tristeza, a saudade, mas também a alegria da desgarrada, com a saudável malícia que lhe é implícita.
De destacar as vozes dos "veteranos" Luísa Soares e Nuno Aguiar, com o "charme" de quem tem longos anos de profissionalismo agradaram em pleno.
O "despique" pela simpatia do público, puxando cada qual a "brasa à sua sardinha", gerou momentos de grande convívio e alegria, ficando provado que o fado não é só tristeza e corações amargurados...
Importa referir que foi um privilégio estar na presença de Nuno Aguiar, de quem Raúl Nery disse: "que é representante destacado de uma linhagem de fadistas castiços, citando entre
outros
Alfredo Marceneiro, Joaquim Campos e Filipe Pinto.
É alguém que sabe revisitar, de um modo muito pessoal, cada
um destes grandes fados que conhecemos desde sempre, redesenhando-os de
cada vez à sua maneira, descobrindo-lhes sempre novos contornos que nos
surpreendem, inspirados ora por uma imagem poética ora mais forte ora mais
frágil,
ora mais enérgica ora mais doce”.
Carlos Loureiro, mais um fadista já com longos anos de vida nestas "andanças", foi o Senhor que se seguiu.
Em noite de surpresas, registamos a presença da fadista mais jovem, mas nem por isso menos profissional, Sónia Lisboa!
Pela primeira vez a cantar e encantar, no Sobral, esta jovem bonita e elegante -praticamente filha da terra – é dona de uma belíssima voz e ofereceu a todos os presentes um inesquecível momento de fado!
Tó Lisboa, genuinamente sobralense, e a quem se deve este belíssimo espectáculo, cantou como só ele o sabe fazer, com a sua voz rouca e bonita.
Surpresa também, o pai da jovem Sónia, que cantando apenas em casa ou em festas mais íntimas de família e amigos, não se fez rogado a cantar e brindou a plateia!
Como não há duas sem três, nova surpresa, o Floriano também quis cantar!
Se inicialmente estava com alguma timidez, pois nunca é fácil enfrentar uma plateia, logo se esqueceu desse facto e, com desenvoltura, numa interpretação muito própria, fez-se ouvir no belo fado de Teresa Tarouca: saudade, silêncio e sombra!
A noite já ia longa e era preciso terminar, ainda que muitos quisessem continuar a ouvir e sentir a beleza e paixão do fado!
A noite já ia longa e era preciso terminar, ainda que muitos quisessem continuar a ouvir e sentir a beleza e paixão do fado!
Nunca será demais agradecer ao Tó Lisboa a gentileza e generosidade, com que tem presenteado os sócios da Associação.
Bem-hajam!