Atreva-se a conhecer estas belas paisagens, ou venha recordá-las, no próximo dia 27 de Abril, e sinta em cada recanto as histórias impregnadas nas pedras e nos caminhos, outrora percorridos pelos que iam ou vinham das minas, os pastores, os "bandos" de raparigas, os resineiros, os donos das "fazendas" que delas tiravam o sustento e, quando semeadas, faziam parecer um jardim plantando ao longo da ribeira.

Na época das colheitas a paisagem mudava de cor. A água na ribeira ia minguando, mas na "loja" de cada casa já se viam as "tulhas" de batatas, onde o feijão, o milho, o centeio e o vinho, não tardavam a fazer-lhes companhia.

Foram tempos muito duros, em que só rasgando a terra com a força dos braços, sangue, suor e lágrimas, se podia contar com pão de cada dia na mesa.

Esta força de trabalho são hoje alguns dos nossos utentes, que têm no rosto as marcas desta dureza que foi a sua vida.

Porém, apesar das vicissitudes, há em todos eles um sentimento comum de amor, de ternura e saudade por todos estes pedaços de terra, que foram o tesouro maior que os antepassados lhes legaram.

É, só quando conhecemos esta terra e estes caminhos, é que podemos sentir um pouco da nostalgia que vai na alma de cada um que calcorreou estas paragens.

É, sem dúvida, um privilégio caminhar por estas paragens e entrar neste "santuário" de beleza única, onde a água corre cristalina, o ar é puro, o verde mais intenso e a terra tem outro cheiro. Aqui estamos num verdadeiro jardim!