Nos últimos tempos muito se tem falado do envelhecimento da sociedade portuguesa, que dizem as estatísticas oficiais é uma das mais envelhecidas do mundo, com 159 idosos para cada 100 jovens. O cenário vai agravar-se nas próximas décadas, pelo que estamos confrontados com os benefícios e desafios dessa crescente longevidade.
Olhando para o interior do país e, nomeadamente para este cantinho onde nos encontramos, sentimos que o benefício de viver mais contrasta com condições de habitabilidade e mobilidade que não são as mais adequadas, e a falta de estruturas que garantam uma maior eficácia e rapidez ao nível da saúde deixa muito a desejar.
Para nós, que nesta casa acolhemos os nossos velhinhos e lhes proporcionamos cuidados e carinhos mais que merecidos, o problema também se agudiza pois deparamo-nos com a falta de gente jovem a residir na aldeia ou à volta dela e que deseje trabalhar nesta Instituição.
Se nos é permitido, apelamos a quem de direito, que com toda a urgência se empenhe em repensar e arranjar as estradas municipais que nos ligam às vilas e cidades mais próximas, pois a rapidez e comodidade nas deslocações dariam condições muito mais aliciantes a quem deseja trabalhar, e não seria possível a quem o não quer fazer invocar os trajetos como desculpa.
Que esta data comemorativa nos desperte e leve a refletir sobre as múltiplas questões que o envelhecimento coloca, e que cada um dentro das suas possibilidades possa contribuir para que alguma coisa mude ou melhor.
Convém não esquecer que no futuro estaremos todos velhos! Haverá, então, quem cuide nós aqui?
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