Tempo de recordar a tradição deste Domingo, com o ramo de alecrim e oliveira, num gesto de carinho entregue com palavras de conforto a todos os nossos utentes.
Nestes tempos difíceis que vivemos é ainda mais importante não deixar cair no esquecimento estas tradições que os nossos utentes sempre viveram e celebraram.
Os meios tecnológicos também dão uma ajuda para participar nas celebrações religiosas e simbolicamente benzer os ramos.
Algumas lágrimas de emoção não deixaram de acontecer neste dia, mas também se sentiu alegria e a força da fé que anima quem acredita.
A cruz de cada um, na fragilidade da velhice e da doença, não é leve nem fácil. Superar o desânimo quantas vezes se revela tarefa impossível.
É, pois, na ternura e nos gestos de atenção que reside a mensagem de esperança para os corações atribulados, e tantas vezes corpos debilitados, que sentem na alma todos os tormentos.
Este dia em que tem início a Semana Santa, adivinhamos como que um grito calado na voz de cada um, pois não será fácil passar pelas recordações da azáfama vivida nos dias que antecediam a Páscoa.
O labor nas casas que se limpavam a rigor. Os doces a fazer: arroz doce, filhós, talassas e tigeladas. Os fornos por onde escapava o aroma de pão e picas a cozer. As visitas dos filhos, netos, amigos e tantos familiares que enchiam a mesa...
Tudo tinha um tempo para ser feito, e ninguém faltava às celebrações da Semana Maior, culminavam com a alegria e festa da Ressurreição do Senhor em Dia de Páscoa!
E nada será feito por que é um hábito, ou tem de ser... mas porque cada um dos nossos utentes é o irmão ou irmã que está ao nosso lado e precisa de atenção. Somos uma família do coração e de afetos.
O Domingo de Ramos lembra-nos como diz o Papa Francisco que: ”Jesus passa pelo madeiro da cruz para tocar até ao fundo a nossa realidade humana, para atravessar toda a nossa existência, todo o nosso mal; para Se aproximar de nós e não nos deixar sozinhos no sofrimento e na morte; para nos recuperar, para nos salvar.”
Na certeza destas palavras, e ainda que as mãos estejam cansadas para erguer o ramo mais alto, ele foi erguido e benzido!
As vozes já mais fragilizadas, não deixaram de cantar hossanas ao Filho de David! E juntos fomos igreja doméstica reunida na nossa casa.
Agora, o aroma do alecrim vai permanecer aqui por muito tempo, como forma de lembrar que não tarda haverá a maior festa!
Os ramos de oliveira continuaram a recordar-nos o quanto precisamos de rezar em cada dia, pela paz que o mundo tanto precisa.
É este o caminho que vamos continuar a fazer, de nada deixar esquecer, e na esperança de que a Páscoa nos traga as melhores notícias!
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